terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sobre o amor III


A imagem do amor mais comum: o coração, lustroso órgão tantas vezes dobrado, desdobrado, amarrotado como simples folha de papel, o pobre músculo.
Continua um mistério: por que será o coração a representação simbólica do amor? Poquê se é tão mecânico e deverá ser exato e preciso para nos manter vivos? O que é que isso tem que ver com o amor?
E não é uma palavra bonita... tem um ditongo nasal e fica mal nas rimas...
Quem teria inventado tamanha ironia?
Sentimos mais com a pele do que com o coração...
"comboio de corda a entreter a razão"?
E como é quando, como diz o outro, apenas se traz uma pedra no peito...
Tanto que nós usamos a sua imagem que está gasto.
O dito.
Coração.

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