sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ainda não II

Amanhã vou à terra...
Nunca um regresso me pareceu tão certo.
Amanhã retornarei para mim e talvez seja esse o único caminho.
Amanhã vou à terra e estou feliz por ir.
Ver companheiros de infância(há quanto tempo...)
Reler papéis, mexer nas velhas fotografias...
As saudades que eu tinha de gostar disto!
(entretanto rola a pequena sombra de ainda não ficar... que pena...)

Ainda não...


Ainda não...
Ainda não se esgotaram os olhos fechados.
Ainda não canta nenhum rio e já não há corpo.
Ainda é tarde para abrir as mãos e nunca será cedo
( já não há tempo, para seguir o rumo dos dedos)
Ainda não posso usar a voz e os lábios cerram-se sobre um cós interior apertado.
Ainda são cegos.
Ainda os nós.
Ainda não.
Eu, ainda.