terça-feira, 25 de agosto de 2009

Lisa Ekdahl - disco de originais em Inglês



A nossa sueca preferida que não nos cansamos de ouvir. O seu cry me a river continua a ser uma das minhas versões eleitas. Este é um disco para quebrar o silêncio.

sonhos de escama e asa














o espaço comum entre a asa e a escama é o secreto desejo animal da
humanidade: sentir-se criatura livre na imensidão

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Eu e tu

« Aflição de ser eu e não ser outra.

Aflição de não ser, amor, aquela

que muitas filhas te deu, casou donzela

e à noite se prepara e se adivinha

objecto de amor, atenta e bela.

Aflição de não ser a grande ilha

que te retém e não te desespera.

(A noite como fera se avizinha)

Aflição de ser água em meio à terra

e ter a face conturbada e móvel.

E a um só tempo múltipla e imóvel

não saber se se ausenta ou se te espera.

Aflição de te amar, se te comove.

E sendo água, amor, querer ser terra.»

Hilda Hilst

domingo, 15 de março de 2009

Janta - sóu (ou será nós?) obrigada M de qualquer forma....

E até parece aquela prece que sai só do coração...







eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
pode ser cruel a eternidade
eu ando em frente por sentir vontade

eu quis te conhecer mas chega de insistir
caberá ao nosso amor o que há de vir
pode ser a eternidade má
caminho em frente para sentir saudade

paper clips and crayons in my bed
everybody thinks that i'm sad
i take my ride in melodies
and bees and birds
will hear my words
will be both us and you and them together
i can forget about myself trying to be everybody else
i feel allright that we can go away
and please my day
i'll let you stay with me if you surrender



marcelo camelo e mallu magalhães

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O Courbet de que se fala...

Nem é preciso palavras.
Aquilo de que se fala.
Eu, or mim, só lamento não ir agora a correr muito ver esta belíssima obra em loco...
Obrigada às famílias sensíveis, obrigada aos agentes zelosos... A cultura geral dos Portugueses foi melhorada!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

E esta....

Experimentei e foi este o resultado, não deixa de ser curioso...






You're The Sound and the Fury!

by William Faulkner

Strong-willed but deeply confused, you are trying to come to grips
with a major crisis in your life. You can see many different perspectives on the issue,
but you're mostly overwhelmed with despair at what you've lost. People often have a hard
time understanding you, but they have some vague sense that you must be brilliant
anyway. Ultimately, you signify nothing.



Take the Book Quiz
at the Blue Pyramid.

O lado de cá da lua



É por entre a sombra que se calará a música. Silêncio definitivo ou solidão ou morte ou o que se disser disto e dito que seja será em voz baixa, um sopro, uma brisa que nem se possa sentir como mais do que o nada. Só escuridão do lado onde não se reflectem brilhos nem sons. E, está bem, que fique a crença na existência de um lado de lá.

Havana no interior de mim


Há automóveis às cores pelas ruas de Havana.
Arrastam no rasto da chuva mole e quente o som do metal gasto como uma engrenagem que não presta.
Não se ouvem pássaros neste chão húmido que é só uma miragem, uma sombra que se abre por dentro dos olhos que estão cerrados na noite. Único leito. Único céu.
Porque só existe o que não pode ser dia.
Porque só existe a cor daquilo que foi outrora qualquer coisa que não chegou a ser mais do que isto: um resto gasto de máquina e quase nada.

Perdido de amor, 1916 - GROSZ


Um coração está sempre onde pensamos que está do mesmo lado, certo, batendo com precisão, metodicamente funcional, importante no seu lugar vital, vizinho da mesma morte.
Agitamo-lo entre os dedos e esmagamos esse suco dentro do copo em que nos tragamos num brinde ridículo a qualquer coisa sem nome, qualquer coisa fria e metálica que é sombra alojada na ferida que trazemos pendurada na lapela.
O nosso troféu é aniquilarmos essa voz e, uma vez misturado com duas pedras de gelo, engolirmos golo a golo essa engrenagem de carne e músculo. Golo a golo, certeiro, tiro a tiro, até não que não se ouçam bater as suas asas vermelhas.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Ontem

Foi mais ou menos assim... Ontem. Uma festa.



sábado, 24 de janeiro de 2009

(Eu não) ouvi dizer...

Aqui está uma recordação do fundo da arca das lembranças...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Encontro de palavras dentro da música...



Esta belíssima canção inspira-se nestas belíssimas palavras do poeta Frederico García Lorca. Ora vede:

Pequena Valsa Vienense (F. G. L.)

Em Viena há dez raparigas,
um ombro onde a morte soluça
e um bosque de pombas dissecadas.
Há um fragmento de manhã
no museu da geada.
Há um salão com mil janelas.

Ai, ai, ai, ai!
Toma esta valsa com a boca fechada.

Esta valsa, esta valsa, esta valsa,
de sim, de morte e de conhaque
que molha sua cauda no mar.

Quero-te, quero-te, quero-te,
com a poltrona e o livro morto,
pelo tristonho corredor,
no sótão escuro do lírio,
na nossa cama da lua
e na dança que sonha a tartaruga.

Ai, ai, ai, ai!
Toma esta valsa de quebrada cintura.

Em Viena há quatro espelhos
onde brincam tua boca e os ecos.
Há uma morte para piano
que pinta de azul os rapazes.
Há mendigos pelos telhados.
Há frescas grinaldas de pranto.

Ai, ai, ai, ai!
Toma esta valsa que morre em meus braços.

Porque eu quero-te, quero-te, meu amor,
no sótão onde brincam as crianças,
sonhando velhas luzes da Hungria
pelos rumores da tarde morna,
vendo ovelhas e lírios de neve
no silêncio escuro de tua fronte.

Ai, ai, ai, ai!
Toma esta valsa do «Quero-te sempre».

Em Viena dançarei contigo
com um disfarce que tenha
cabeça de rio.
Olha que margens tenho de jacintos!
Deixarei minha boca entre tuas pernas,
minha alma em fotografias e açucenas,
e nas ondas escuras do teu andar
quero, meu amor, meu amor, deixar,
violino e sepulcro, as fitas da valsa.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pressão


E não podemos porquê?
Tem de ser esta sensação de uma chuva que se derrama sobre nós e nos engole?
Odeio as eólicas e as árvores do caminho,
os automóveis, os semáforos, as contas com os números das matrículas para manter vivo o cérebro,
a língua dormente contra o sono...
Odeio as horas e a geada,
o cheiro da alcatifa por limpar há meses,
o lap-top aos tombos,
os sarilhos, os gritos, os corredores...
E o baile? A vida que nos prometem ao nascer? Onde pára o sol e a música que nos prende à terra o coração?




Mm ba ba de
Um bum ba de
Um bu bu bum da de
Pressure pushing down on me
Pressing down on you no man ask for
Under pressure - that burns a building down
Splits a family in two
Puts people on streets
Um ba ba be
Um ba ba be
De day da
Ee day da - that's o.k.
It's the terror of knowing
What the world is about
Watching some good friends
Screaming 'Let me out'
Pray tomorrow - gets me higher
Pressure on people - people on streets
Day day de mm hm
Da da da ba ba
O.k.Chippin' around - kick my brains around the floor
These are the days it never rains but it pours
Ee do ba be
Ee da ba ba ba
Um bo bo
Be lap
People on streets - ee da de da de
People on streets - ee da de da de da de da
It's the terror of knowing
What this world is about
Watching some good friends
Screaming 'Let me out'
Pray tomorrow - gets me higher high high
Pressure on people - people on streets
Turned away from it all like a blind man
Sat on a fence but it don't work
Keep coming up with love but it's so slashed and torn
Why - why - why ?
Love love love love love
Insanity laughs under pressure we're cracking
Can't we give ourselves one more chance
Why can't we give love that one more chance
Why can't we give love give love give love give love
give love give love give love give love give love
'Cause love's such an old fashioned word
And love dares you to care for
The people on the edge of the nightA
nd loves dares you to change our way of
Caring about ourselves
This is our last dance
This is our last dance
This is ourselves
Under pressureUnder pressure
Pressure

Paris ou o beijo republicado....



Vem a Paris, caminharemos juntos. Nós que não sabemos o contorno de que são feitas as sombras, que não tropeçamos no lugar-comum das pedras da calçada, resistiremos ao frio do vazio que nos enche os bolsos, à humiade pegajosa daquilo que não podemos ser...Caminharemos juntos e talvez, guardando debaixo da língua a imprecisão do beijo que não demos na cidade onde nunca estivemos, sejamos capazes de caminhar lado a lado de tão juntos.

(foto de Bresson)