sábado, 21 de fevereiro de 2009

Perdido de amor, 1916 - GROSZ


Um coração está sempre onde pensamos que está do mesmo lado, certo, batendo com precisão, metodicamente funcional, importante no seu lugar vital, vizinho da mesma morte.
Agitamo-lo entre os dedos e esmagamos esse suco dentro do copo em que nos tragamos num brinde ridículo a qualquer coisa sem nome, qualquer coisa fria e metálica que é sombra alojada na ferida que trazemos pendurada na lapela.
O nosso troféu é aniquilarmos essa voz e, uma vez misturado com duas pedras de gelo, engolirmos golo a golo essa engrenagem de carne e músculo. Golo a golo, certeiro, tiro a tiro, até não que não se ouçam bater as suas asas vermelhas.

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