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Há automóveis às cores pelas ruas de Havana.
Arrastam no rasto da chuva mole e quente o som do metal gasto como uma engrenagem que não presta.
Não se ouvem pássaros neste chão húmido que é só uma miragem, uma sombra que se abre por dentro dos olhos que estão cerrados na noite. Único leito. Único céu.
Porque só existe o que não pode ser dia.
Porque só existe a cor daquilo que foi outrora qualquer coisa que não chegou a ser mais do que isto: um resto gasto de máquina e quase nada.
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