Depois deste título de tamanho gigantesco, parece-me importante salientar que, nestes últimos tempos, abandonei, ou melhor, suspendi o meu período Saramaguiano para entrar no Agustino ou Agustiniano ou o que quer que seja.
Não há sensibilidade mais cruamente feminina e perspicaz que a de Agustina Bessa Luís. A Ronda da Noite encantou-me, a Quinta Essência abalou-me, a Fanny Owen causou-me incómodo e dores de cabeça... Contudo, qualquer uma destas obras é uma excelente oportunidade para apreciar o que de melhor se escreve em Língua Portuguesa (desculpem, mas quando ando numa fase de paixão por um autor é como na vida sentimental: este é que é, etc...)
E que tem isto que ver com a imagem da Madame de..., obra prima da sétima arte? Nada, ou melhor, tudo: o mesmo patamar de excelência que aproveito para colocar em lugar de empate com a Dama de Xangai.
Aqui ficam as sugestões para um serão fantástico: ler ou a ver um destes filmes formidáveis (e que tal deixarem as telenovelas de lado de vez em quando?)
Ficam para trás os papagaios de papel e as conchas frágeis com que são construídos castelos de areia quase sempre molhada para que se sustentem. Ardem atrás do tempo os risos, o som do mar que gargalha na espuma em que se quebram ondas e ondas dentro da memória. Passa uma ave que leva no bico o entardecer e, no lusco-fusco do ocaso (tempo fantástico de acasos), são transportadas as últimas gotas de verão.
Amanhã, domingo, não irei às hortas na Pessoa dos outros, não irei à terra nem à linda serra de neve a brilhar... Seguirei pelo asfalto e hei-de ouvir esta garganta a gritar cheia de energia e só hei-de parar junto ao mar. Até ao meu regresso.
As palavras que faltam explicam no seu vazio essa ausência: nunca deveriam ter existido noutra forma, noutra roupa ( o trajar sempre assimétrico do verbo sentir, por exemplo) para que as palavras nunca tivessem sido essa fonte tão cheia de vitalidade onde desaguam todos os males entendidos. Sofrimentos escusados. Poços sem uma gota de água.
Procuro como quem arranha na terra. As palavras. Cravando as unhas no coração das árvores ardem. As palavras. Percorro-me como se fosse qualquer coisa de exterior, um objecto estranho na paisagem do rio que é o meu corpo, mas não estão nas águas. As palavras. Cuspo o sangue pensando que a boca guardava o que do coração partiu mas sufoco e não as tenho nas mãos. As palavras. Secas. Duras. Feridas que são poços. As palavras.
É uma cançaõ de amor... A nossa escolha dos vários nomes em cartaz para os festivais de verão. Entranha-se, embora se estranhe porque se situa entre o fácil e o bem feito. É uma canção de amor para apreciar nestes dias quentes. Espero-te na esplanada e vou ouvindo...
All of these lines across my face Tell you the story of who I am So many stories of where I've been And how I got to where I am But these stories don't mean anything When you've got no one to tell them to It's true...I was made for you
I climbed across the mountain tops Swam all across the ocean blue I crossed all the lines and I broke all the rules But baby I broke them all for you Because even when I was flat broke You made me feel like a million bucks Yeah you do and I was made for you
You see the smile that's on my mouth Is hiding the words that don't come out And all of my friends who think that I'm blessed They don't know my head is a mess No, they don't know who I really am And they don't know what I've been through like you do And I was made for you...
All of these lines across my face Tell you the story of who I am So many stories of where I've been And how I got to where I am But these stories don't mean anything When you've got no one to tell them to It's true...I was made for you