quinta-feira, 7 de agosto de 2008

As palavras neste retrato de Arpad pela sua esposa...



Procuro como quem arranha na terra. As palavras. Cravando as unhas no coração das árvores ardem. As palavras.
Percorro-me como se fosse qualquer coisa de exterior, um objecto estranho na paisagem do rio que é o meu corpo, mas não estão nas águas. As palavras.
Cuspo o sangue pensando que a boca guardava o que do coração partiu mas sufoco e não as tenho nas mãos. As palavras.
Secas. Duras. Feridas que são poços.
As palavras.

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