quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Só silêncio

Lembro-me e cai-me uma sombra-fúria em que não me reconheço.
Esboço, a preto e branco, a lágrima que deixei partir sobre um rio, ao longe no horizonte das memórias que me trazem esta cor tão cinzenta.
Seguro um grito, uma palavra que desprezo, uma palavra sobre a perda, sobre o tempo que não retorna, esse louco gigante em que me perco.
Lamento-o. Esse. O afecto desperdiçado que agora me chega a saber a coisa gasta, a trapo, a chão.
Seguro o silêncio e travo nos olhos a vontade de ser outra. Agarro-me ao silêncio, à música, aos poetas que deixo vogar sobre o meu corpo como um navio lento carregando as horas...

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